quinta-feira, 29 de julho de 2010

A pessoa e o lobo

Fig.1 - Montagem do ensaio de marionetas durante a explicação da forma como podemos jogar com a dimensão das sombras.
Encenadora: Filipa Alexandre (Teatro e Marionetas de Mandrágora).


"Nunca se viu sombra de um objecto mais pequena do que o objecto. Pode ser igual em tamanho e nitidez se aproximarmos o objecto da tela ou se afastarmos infinitamente a fonte de luz. Ou pode ser maior em tamanho mas mais difusa, como quando nos aproximamos da fonte. Ou grande ou nítida, é preciso escolher. Se a nitidez aumenta com a pequenez da sombra, por que não extrapolar que uma sombra mais pequena do que eu, se puder existir, terá mais detalhe do que eu próprio? Pode existir? Fico tentado a entender como se gera uma sombra minha mas mais pequena, o que me tem consumido o tempo. Conheci parte do universo e não encontrei outras sombras, sombras que me dissessem mais do que as coisas.

Acabo entretanto de ter a ideia de construir uma fonte de luz para lá do infinito, no espaço complexo, ou seja, do outro lado da tela. Uma fonte de onde as ondas não emergem, mas para onde se dirigem – um sorvedouro de luz. (Claramente, o professor Pardal é aqui uma referência na procura de uma lâmpada que produzisse escuridão total na sua sala de estar - o ralo de fotões do Prof. Pardal). Em vez de um feixe divergente haverá um feixe convergente que, necessariamente, continua a convergir após ultrapassar o objecto até que chegará à tela, comendo a sombra original a partir das bordas e acrescentando novo detalhe. A originalidade deste trabalho reside no facto de a ausência de luz que procuramos ser uma ausência estruturada, e não simplesmente criar o escuro absoluto de Pardal. Esse detalhe novo na sombra pequena … de que se trata? Mais informação? Informação! Sim, mais do que no objecto.

Alguns dilemas fundamentais mantêm-me adiado. A decisão de não acender a luz. Temo iniciar um processo de construção de informação imparável. Alguém com coragem?"

TZ, Físico, IBMC

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ligth Cell

Fig.1 - Célula S2 de Drosophila melanogaster em metafase.
Cedida por: Irina Matos

Fig.2 - Foto em ligth painting a reproduzir uma célula em metafase.
Autores: Physiology Course 2009, MBL, Woods Hole.
Cedida por: Irina Matos.

"Um dia disseram-me que as células eram como um ovo estrelado. Imaginei que teriam aquela forma que só o ovo estrelado tem e que seriam pintadas de duas cores, a branco e a amarelo.
Quando somos pequeninos imaginamos muitas coisas, mas de que cor seriam mesmo? e as coisas que existem dentro da célula? teriam cor? é difícil imaginar uma estrutura viva sem cor, sem luz, sem movimento.
Hoje quando olho para as células através do microscópio é difícil não pensar instantaneamente nas cores que por defeito lhes são atribuídas. Fecho os olhos e estas cores raramente se misturam. De tão perfeitas as células parecem arco-íris, cheias de estradas e cruzamentos, lugares onde o caos e a ordem coexistem, onde a informação não se perde nem se esgota. Estes lugares são detalhados e revelados pelo uso de diferentes fluoróforos que nos podem levar para lá, onde a imaginação ainda não chegou. Posso escolher e pintar os detalhes das células de qualquer cor. Os cromossomas pinto a azul, os microtúbulos a verde e os centrossomas a vermelho. Pinto com estas e outras cores e tudo não passa de uma percepção visual que rapidamente é sentida pela retina e transmitida ao cérebro pelo nervo óptico. Cada detalhe tem a cor que eu quero, mas... e na realidade? qual é a verdadeira cor?"

Irina Matos, Investigadora CID LAB, IBMC.

Na Noite dos Investigadores de 2010 lançaremos um concurso de ligth painting para reproduzir imagens de células. Fiquem atentos em breve daremos mais informações acerca do concurso.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Stupid Design em Fortaleza


O espectáculo Stupid Design, criado para o Museu da Ciência de Coimbra no âmbito da Noite Europeia dos Investigadores 2009 vai ser apresentado no IV Ciência em Cena, festival de teatro científico em Fortaleza, no Brasil, que acontece entre 12 e 15 de Agosto.

Stupid Design é uma sátira às teorias do Desenho Inteligente, que procuram travestir o criacionismo de ciência, interpretado pelo actor Carlos António, com encenação de Amândio Pinheiro e texto de David Marçal.

Programa do festival aqui.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sombras e Movimentos - Marionetas Porto



video: Sombras e Mo(vi)mentos



video: Sombras e Mo(vi)mentos II

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Marionetas - Porto

Marionetas - Porto
Cientistas ao Palco - 2010

22 de Julho de 2010

No primeiro ensaio do Marionetas a criatividade imperou e encantou, ficámos com a sensação que a experiência vais ser tão interessante para quem vai participar como para quem vai assistir.

Através de uma breve introdução, a encenadora Filipa Alexandre (pertencente ao Grupo de Teatro e Marionetas Porto - Mandrágora) começou por cativar e aproximar o colectivo através de uma apresentação do material de trabalho (Marionetas e outros adereços) e do próprio conceito de Marionetas:

(...) "todos nós somos crianças" ... "estes bonecos são uma espécie de alter ego em que o ser humano se pode encontrar e libertar" ... "permitem-nos um jogo, uma brincadeira, uma reminiscência do passado, da nossa meninice" ... "o boneco usa uma voz emprestada, uma voz interior".

Após uma breve introdução da relação entre o ser humano e o "boneco", começaram os exercícios de aquecimento, que se repartiram entre os movimentos fisícos e a ginástica oral (cantarolar, berrar, grunhir).

De seguida, a exploração de formas, movimentos e sombras sob um pano iluminado ditou as actividades que vão ser exploradas nestas sessões.

Fica uma amostra do que aí vem...

fig. 1 - Sombras e Mo(vi)mentos

fig.2 - Sombras e Mo(vi)mentos II



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Bandas de Cientistas - Porto

Bandas de Cientistas - Porto
Cientistas ao palco - 2010

fig.1 - Quadro das Bandas de Cientistas

21 de Julho de 2010

Já se encontram definidas as cinco bandas que vão actuar no Palco dos Cientistas, na noite dos investigadores de 2010 (Praça dos Leões).

Os participantes provêm das diferentes Instituições: IBMC-INEB, FEUP e da Faculdade de Farmácia do Porto.

As Bandas de Cientistas de 2010 prometem aquecer o público com ritmos e sons muito variados, que vão do Clássico ao Jazz, passando pelo Rock Progressivo e desaguando num repertório do Rock Português do final dos anos 80.

Vamos acompanhar o percurso destas bandas, os seus interesses e o que os move a participar num evento que se começa a desenhar como algo de promissor.

Estejam Atentos!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cientistas de Pé a escalar

Os Cientistas de Pé foram de novo convocados para a Noite dos Investigadores deste ano - poderão ser vistos em Lisboa, no Jardim Botânico Tropical na noite de 24 de Setembro. E para começar a pensar nos textos e actuações passaram um dia a aprender (mais) actividades: escalar uma rocha.


David Marçal, coordenador dos Cientistas de Pé, para além de ciência e humor também sabe desafiar a gravidade rochas acima e explicou desse mister aos investigadores-humoristas

que ouviram atentamente as explicações.




Para além da aula teórica, o David fez a demonstração prática parede acima




até chegar ao objectivo proposto: o topo da rocha




A perplexidade da Ivette alastrou-se aos demais. Somos cientistas, fazemos stand up comedy, será que também conseguimos trepar pelas rochas?



O Diogo Serrano, que foi dar apoio técnico à actividade, também ajudou à demonstração prática - querer é poder.




Cheila Almeida, bióloga marinha, atirou-se como uma enguia e chegou sem dificuldades ao topo do monte.


Ivette Pacheco, bióloga mexicana a fazer o doutoramento em Portugal, seguiu o exemplo e atingiu o cume


Os rapazes preocupavam-se.



A Sofia Vaz, engenheira do ambiente, também embarcou nesta aventura



E até levou os filhos, que não apenas foram uma excelente inspiração para o seu texto de 2009 como uma óptima companhia para os escaladores de fim de semana.


Os rapazes finalmente aventuraram-se. O Daniel Silva, bioinformático, do alto do seus 1,92m pensava que bastava esticar a mão para chegar lá acima, mas afinal teve mesmo de pôr o arnês e puxar todo o seu peso para superar a prova.



O João Damas, bioquímico, rezou para a experiência resultasse



e pelos vistos funcionou.



Bruno Silva, biólogo conservacionista, a voltar para baixo em rappel



A Sandra Mateus, socióloga - como é das ciências leves fica sempre para o fim.




Romeu Costa, actor e encenador dos Cientistas de Pé, nunca se deixam os exercícios de voz e corpo - mesmo na rocha.



A conquista do topo dava direito ao desfrute desta vista magnífica



Ah, o prazer do dever cumprido. Mais uma prova superada com louvor e distinção pelos Cientistas de Pé.



segunda-feira, 5 de julho de 2010

Cientistas precisam-se

Os Cientistas ao Palco estão à procura de investigadores e cientistas para fazer teatro e para participar nas restantes actividades planeadas! Se deseja participar neste projecto, esta é a oportunidade.

Os investigadores interessados deverão inscrever-se através do formulário de inscrição online - Investigadores. As inscrições são também abertas ao público em geral, incluindo famílias, escolas, empresas, grupos, etc. Neste caso, os interessados devem inscrever-se através do formulário de inscrição online - Visitantes.



Para mais informações contacte-nos através do seguinte endereço: cientistasaopalco@gmail.com.